Augusto Mendes
PSICÓLOGO E SEXÓLOGO
CRP 05 21881
DISFUNÇÕES FEMININAS
SEXUALIDADE FEMININA
Estamos no terceiro milênio, no entanto em alguns aspectos a sexualidade feminina ainda está na idade média. Claro que houve avanços, afinal hoje uma mulher grávida na praia de biquíni já não chama mais atenção. Mas para muitas essa tal liberdade ainda não chegou, daí o grande numero de mulheres que se queixam de: anorgasmia (falta ou dificuldade de atingir o orgasmo), vaginismo (contração involuntária da musculatura vaginal impedindo ou dificultando a relação), frigidez (falta de interesse pela atividade sexual). Há ainda muita timidez, insegurança, vergonha do próprio corpo, vergonha de se despir ante o companheiro...
A mulher vive, ainda hoje, enclausurada em si mesma. Fruto de uma criação repressora onde o que é bom, “é feio imoral ou engorda”.
Ao chegar ao consultório o casal não raro traz uma história de vários anos onde a sexualidade não foi exercida ou exercida precariamente. E por que esperam 5, 10, 15 anos para procurar ajuda?
1 - (Sra. M, 27 anos casada a seis, e nunca tinha tido uma relação com o marido. Chorando muito dizia: “não sei o que fazer ele diz que sou fria, sinto medo, dor...”)
2 - (Sra. R, 37 anos namorando desde os 20, e ainda virgem. “Já fui a ginecologista, ela disse q teria de fazer uma cirurgia...”)
Sempre digo:
Nunca se deixe levar por uma só opinião, questione, pesquise, se informe. Nos casos citados teria poupado muito sofrimento. Pois após alguns meses de terapia foi o bastante pra que descobrissem que não eram “o patinho feio da estória”.
Vejam que a desinformação não é só da mulher, mas também dos parceiros. Esse homem que pensa saber tudo via de regra tem no mínimo muitas dúvidas.
A mulher é geralmente mais tímida, reprimida, sonhadora e o homem precisa saber lidar com isso. Muitos homens não sabem dizer “eu te amo” ou “você esta linda” ou ainda “maravilhosaaaaaaaaa!” Tem dificuldade com as preliminares, e pra mulher isso é fundamental.
Há uma defasagem entre o tempo do homem e o da mulher. Enquanto o homem ao se despir geralmente já está de “prontidão”, a mulher ainda está no primeiro degrau da escada, e se ele tentar vai ser um fiasco.
A palavrinha mágica é DIALOGO, e este pode ser verbal ou corporal. Se você tem dificuldade em verbalizar, sinalize, pegue a mão dele, conduza, mude de posição, empurre ou aproxime conforme seu desejo. Lembre-se que você não está sozinha, logo também tem que pensar nele, é preciso buscar a sintonia. Pode ser que ele muito ansioso, nem consiga segurar e ejacule rápido, mantenha a calma e em alguns minutos ele estará pronto pra outra, e geralmente na segunda ele estará menos ansioso, ou impetuoso, e tudo poderá ser diferente.
Um erro clássico e achar que “vai ser a mesma coisa”, permita-se o beneficio da dúvida.
Como nos disse HERÁCLITO: Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio.*
Sabemos que é difícil manter o otimismo ante uma situação que se repete ou se repetiu inúmeras vezes. Mas por que isso acontece? – Por que esperamos tanto tempo pra buscar ajuda?
Quando estamos no meio do conflito, nos sentimos como um piloto navegando em meio a tempestade sem instrumentos, é hora de pedir ajuda, mandar um SOS, buscar um terapeuta de casal, que está acostumado a lidar com essas situações pode ser um bom caminho.
Pode ser que esteja confusa, afinal talvez tenha ouvido conselhos do tipo: (é assim mesmo depois melhora, ou você precisa cumprir seu dever de esposa, ou ainda ruim com ele pior sem ele.).
Questione busque outras fontes consulte especialistas, busque na Internet, o que não se deve fazer é simplesmente nada fazer. Se você ficar sentada “vendo a banda passar”, ela passará, e você continuará “sentada à beira do caminho”, até quando?
* Heráclito de Éfeso (Éfeso, aprox. 540 a.C. - 470 a.C.) foi um filósofo pré-socrático que recebeu o cognome de "pai da dialética".
Augusto Mendes
Psicólogo/sexólogo
TRATAMENTO do VAGINISMO
Você tem medo de sentir dor?
O vaginismo é uma disfunção sexual que dificulta ou impede a penetração.
Não raro recebo pacientes com essa queixa, trazendo uma história carregada de desinformação, tabus e experiências traumáticas. Algumas dessas experiências, vivenciadas inclusive nos consultórios de ginecologistas despreparados, que chegam a propor atos cirúrgicos. Algumas pacientes chegaram a se submeter a tais atos: traumáticos, dolorosos e sem resultados satisfatórios.
Vaginismo é a contração involuntária da musculatura pélvica/vaginal. É causado pelo medo inconsciente da dor imaginária da penetração. Esse medo, é aprendido, é “incucado” desde a adolescência, pela família e ou pela cultura do “feio pecado proibido.”
Um condicionamento aprendido torna-se automático, e, a cada ação uma reação. Assim, ao perceber a iminência da penetração a musculatura em torno da vagina é automaticamente contraída. Observa-se naturalmente “as pernas coladas”, com relatos frequentes de dores na musculatura das coxas.
SEXO NÃO RIMA COM DOR.
SEXO NÃO RIMA COM MEDO.
Para uma relação sexual prazerosa, você precisa estar aberta a essa relação. LITERALMENTE.
Você quer se abrir, mas não consegue, e muitas vezes o companheiro, namorado ou marido, não entende, reclama. As brigas desestimulam e geralmente o casal se afasta. Às vezes levam essa situação por vários anos sem buscar ajuda, ou até buscaram, e obtiveram orientação equivocada. Por isso sempre recomendo: ‘questione tudo que você vê, ouve ou lê, inclusive este texto’. É sempre bom ouvir mais de uma opinião.
Vivemos numa sociedade onde a sexualidade é ainda um tabu, embora a mídia diga o contrário. São poucas as famílias que se permitem um diálogo aberto sobre o tema. A escola também não aborda porque a família não autoriza. Como resultado estima-se que cerca de 60% das pessoas tem, tiveram ou vão ter alguma disfunção sexual.
Com frequência a que se queixa de vaginismo tem dificuldades em relação ao próprio corpo, não se conhece. E não se conhece porque não se toca, aprendeu que é feio, imoral, pecado...
E se não se conhece, tem geralmente também falta de orgasmo (anorgasmia).
Como vemos, as coisas se interligam, uma coisa leva a outra, por essa razão a terapia deve, a meu ver, estar fundamentada em duas abordagens: Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e Sistêmica. Ou seja, é preciso uma visão sistêmica, abrangente, um olhar sobre o todo e não das partes.
Com frequência o marido, namorado ou parceiro acaba por desenvolver também uma disfunção erétil ou ejaculação precoce, causada pela ansiedade gerada nas tentativas frustradas.
O tema é complexo, mas se enfrentado tem solução. FAÇA TERAPIA de CASAL / SEXUAL.
Augusto Mendes.
ANORGASMIA
Falta ou dificuldade de atingir o orgasmo.
Trata-Se de uma disfunção sexual que atinge a mais de 60% das mulheres, já nos homens as queixas são muito raras.
Muitas mulheres convivem sem saber com essa disfunção, pois nem sabem o que seria o orgasmo, que então confundido com PLATÔ, uma fase da relação muito prazerosa onde a mulher apresenta alto nível de excitação, a vagina fica muito lubrificada, há um aumento da temperatura... Ou seja, é muito bom, mas não é orgasmo.
O orgasmo se dá com uma descarga adrenérgica que desencadeia uma sequencia de espasmos musculares na região pélvica e provocando contrações involuntárias na vagina.
O primeiro gráfico em vermelho mostra uma relação completa com a chegada ao orgasmo.
O segundo em azul, mostra o que acontece com muitas mulheres, ela não chega, e como ele acaba gozando, ela volta a resolução sem atingir o tão desejado orgasmo.
Como vemos no gráfico acima:
Está dividido em aproximadamente três terços (vermelho, azul, verde), mas há um pequeno percentual, representado em preto, que se refere às multiorgasmicas.
Ou seja, se você está com dificuldade de chegar ao orgasmo, saiba que você não é “o patinho feio da estória”.
Saiba que o problema pode não ser seu, ou pelo menos, não só seu, pois se seu parceiro atinge o gozo antes, se ele for um ejaculador precoce, ocorre como no segundo gráfico (o azul), ou seja, pode ser que você precise de um pouco mais de tempo, mas ele não consegue segurar. Por esta razão o tratamento deve ser sempre com o casal.
AS CAUSAS podem ser várias:
Questões culturais, religiosas, criação repressiva, uma relação mal sicedida...
Mas saiba: TEM SOLUÇÃO. Faça terapia de casal/sexual.
Questione tudo que você vê, ouve ou lê. Inclusive este artigo.
Augusto Mendes